“Visão
de Mundo”
[Parte 1 - O lado racional]
Introdução:
Em março de 2009 eu criei uma tese sobre visão de
mundo e a partir dela desenvolvi um estudo que ajuda a compreendê-la e
exemplos que a comprovam. Para facilitar a compreensão de minha tese dividi
este estudo em duas partes: 1 – o lado racional; e 2 – o
lado espiritual.
Baseio este estudo em minhas experiências e em depoimentos voluntários
ou involuntários de pessoas. Além disso, apliquei testes (que eu mesmo criei) a algumas pessoas, onde pude
ter acesso a informações que me ajudaram a sustentar minhas ideias… Assim,
defendo a tese de que “o mundo será para nós conforme nós o vemos, de acordo como o
interpretamos e segundo aquilo que acreditamos”.
Feitas as devidas correções e ajustes, publico aqui em Meu Blog esta
primeira parte!
Trabalhando os termos da tese:
“O mundo será para nós conforme nós
o vemos, de acordo como o interpretarmos e segundo aquilo que acreditamos”.
Visão, interpretação e crenças são os três fatores que norteiam nossa
visão de mundo; enquanto ver, interpretar e acreditar são as diferentes ações
decorrentes desses fatores.
Conforme nós
o vemos: Veja a definição da palavra conforme
tirada do Dicionário Brasileiro Globo, 53ª edição:
CONFORME, adj. 2 gên. Que tem a mesma
forma; semelhante; idêntico; concorde; resignado; que está nos devidos termos; adj. em
conformidade; talvez; conj. como; prep. Segundo.
Assim
dizer que o mudo será de acordo como nós o vemos, é em parte o
mesmo que dizer o mundo é o que vemos; isso implica na
primeira e mais simples análises que todos nós fazemos do mundo. O mundo que
aqui me refiro, não é apenas no sentido cósmico, mas também no
sentido universal, desde as formas físicas que vemos ao nosso redor, os
acontecimentos, as ideias e a própria vida.
Logo, esse
mundo conforme nós o vemos é esse mundo que todos vêem, onde o
verde é verde, o redondo é redondo, a letra de uma musica é a letra de uma
musica, os acontecimentos são meras coincidências, e a vida nada mais é do que
o simples ato de respirar e sobreviver. Tirados os outros dois fatores, estes
ligados a razão e a crença, o mundo seria um mundo sem contrastes, um mundo
guiado pelo instinto.
Como
surgem então os contrastes em nosso mundo? Surgem a partir da nossa capacidade
de reflexão. O ser racional é um ser que tem capacidade de interpretar aquilo
que vê, ouve e sente através da reflexão. Assim, chegamos ao segundo fator que
norteia nossa visão de mundo.
De acordo como o interpretamos: esse segundo fator nos leva a uma análise mais profunda sobre a visão
de mundo. “De acordo” condiciona nossa interpretação a algo e este
algo nada mais é do que nossas próprias reflexões. Assim, nos tornamos capazes
de interpretar algo que vemos, ouvimos e/ou sentimos conseguinte a nossa
capacidade de refletir, de pensar, de buscar em nossa razão uma lógica para
aquilo que presenciamos. É a partir desse momento que o mundo passa a ter seus
contrastes.
Sendo
assim, o verde não é mais simplesmente verde, ele passa a ser verde-claro,
verde-escuro, verde limão; da mesma forma, o redondo não é apenas redondo, ele
pode continuar redondo, mas também oval ou ainda pode ser um círculo ou uma
esfera. Que diremos então dos acontecimentos? Estes não são mais mera
coincidência, tais acontecimentos passam a ter um sentido sustentado por
explicações, cientificas, filosóficas ou religiosas. Já a vida, é mais do que
respirar e sobreviver, a vida é viver e para isso ela deve ser no mínimo
agradável e os que a vivem devem no mínimo ser gratos!
São as
nossas interpretações que sustentam as nossas opiniões e são a partir delas que
surgem os conceitos do certo e do errado, do bonito e do feito, do real e do
imaginário; onde o que é certo para um pode não ser para outro, o que enxerga
algo como bonito para outro é feio, e enfim, o ponto crucial desse estudo:
aquilo que é real para mim pode ser mito ou mera imaginação para você!
E qual é a
verdade? Não existe uma verdade absoluta… Existem sim
“convencidos”, isto é, pessoas que se converteram a uma verdade da qual foram
convencidos. Por fim chegamos ao terceiro fator que norteia nossa visão de
mundo.
Segundo aquilo que acreditamos: Sei que negar a existência de uma verdade absoluta, pode nos levar
ao agnosticismo; ou ainda, deixar livre o conceito do real e do imaginário pode
nos colocar a um passo do ateísmo… Todavia quero lembrá-los de que não estou
aqui defendendo minha fé, mas sim a tese de que “o mundo será
para nós conforme nós o vemos, de acordo como o interpretamos
e segundo aquilo que acreditamos”.
Assim, o
resultado final de nossa visão de mundo (lembrando
que “mundo” aqui vai muito além do conceito cósmico), ou seja, o mundo que enxergamos (seja o
físico, as ideias, os acontecimentos, a vida, etc.) está diretamente relacionado com nossas crenças e valores. Já que
estamos no terceiro e ultimo fator, vou citar alguns exemplos para
compreendermos melhor este estudo.
A Bíblia
para mim: em uma simples visão, é um
livro geralmente com capa preta. Se eu buscar uma reflexão mais profunda vou
interpretá-la como um Livro de muito valor; terei então a opinião de que ela é
um Livro Sagrado, escrito por homens inspirados por Deus… Chego a esta
conclusão baseado em minhas crenças, isto é, na fé que tenho em um Deus que
para mim é real.
A Bíblia
para um cientista: em uma simples visão, também pode ser um livro com uma capa preta. Se
esse cientista buscar uma reflexão mais profunda ele irá interpretá-la no
mínimo como um livro com conteúdo histórico; terá então a opinião de que ela é
um livro comum escrito por homens… Por incrível que pareça, ele chegou a esta conclusão
também baseado em suas crenças, ou seja, na fé em uma ciência que apresenta
cálculos matemáticos que para ele é real.
Como
ultimo exemplo, vou utilizar um dos testes que apliquei a algumas pessoas. Era
bem simples: eu dava a elas a letra de uma música e
pedia para que elas julgassem minhas intenções ao enviar para elas tal musica.
E você? O
que pensaria se eu te enviasse essa ‘musica’?
"Ficar sem, você
É como tentar viver sem respirar teu perfume no ar
Mesmo sem saber
Sempre te procurei e você tão perto de mim
Há tanto tempo...
Enxergava só o meu mundo sem notar
Quanta angústia havia ali!
Então você chegou, você me aceitou
Acabou com os meus pesadelos
Você se revelou, o céu me aceitou
Teu amor me envolveu!
É impossível viver sem você
É impossível viver sem o teu amor
É impossível viver sem você
Não dá pra viver sem o teu amor
Sem o teu amor não da pra viver"
Ao ver a
letra desta música você pode ter enxergado um simples amontoado de palavras sem
significado algum ou você pode ter notado que esta letra tem alguma lógica em
suas palavras. Se você fez uma reflexão a respeito dela, você pode ter a
interpretada como uma música de amor conjugal (entre homem e mulher) ou como uma música de
amor a Deus (do ser humano para Deus).
Enfim, a
interpretação é particular de cada um, por isso não posso afirma qual seja a
certa e qual seja a errada, pois além da interpretação ser algo particular,
fazemo-la segundo nossas crenças e valores. Logo, o que é impossível para você:
ficar sem a pessoa amada ou ficar sem Deus?
Resumindo, enxergamos o mundo segundo as nossas crenças, que nos leva a refletir,
interpretar, criar uma opinião e por fim uma “visão”. Assim, quando digo não
haver uma verdade absoluta, consequentemente o conceito de real e imaginário
tornam-se livre. Isso não é apologia ao agnosticismo, na verdade isso nada mais
é do que fé, fé esta depositada por alguns em Deus, por outros na ciência.
Portanto,
Deus para mim é real e a ciência (em parte) é fantasia. Já para um cientista
Deus é fantasia e a ciência é real… Isso porque um dia disseram a ele que 2 + 2
é igual a 4 e ele acreditou; que 5 x 5 é igual a 25 e ele foi convencido;
ensinaram a ele que o mundo surgiu a partir de uma grande explosão, dando assim
início a evolução das espécie e ele se converteu a teoria do evolucionismo,
sendo esta hoje a sua religião!
Conclusão:
A partir
desse estudo, chego à conclusão de que o ser humano é movido por suas crenças
sejam elas científicas ou religiosas. Assim, a partir do momento que compreendi
que “o mundo será para nós conforme nós o
vemos, de acordo como o interpretamos e segundo aquilo que
acreditamos” – passei a entender porque aquilo que para mim é tão nítido e real, para
outros é complexo e fantasioso; da mesma forma passei a entender porque aquilo
que para mim é loucura, mas para outros é pura realidade…
… Desta
forma, passei a respeitar opiniões alheias e não luto mais para impor minhas
verdades. Na verdade, hoje, busco argumentos para sustentar aquilo que
acredito, conhecimentos para desenvolver senso crítico e sabedoria para expor
minhas opiniões de modo que elas sejam ouvidas.
Impor?
Convencer? A mim na cabe está função… Se há uma única VERDADE (e eu acredito que há) deixe que o Criador dela convença aqueles que A escutam; a mim
cabe apenas proclamá-LA sempre com sabedoria para que ao menos ELA seja ouvida!
Para
encerrar, deixo aqui, duas reflexões Bíblicas:
“E conhecereis a verdade, e
a verdade vos libertará.”
(João 8.32)
“Não por força nem por
violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.”
(Zacarias 4.6)
André
Buscaratti Silva
Postagem
nº 21 - São José do Rio Preto, 1º de julho de 2011-SAB
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