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sábado, 2 de julho de 2011

“Visão de Mundo” / Parte 1 - O lado racional

“Visão de Mundo”
[Parte 1 - O lado racional]

Introdução:

Em março de 2009 eu criei uma tese sobre visão de mundo e a partir dela desenvolvi um estudo que ajuda a compreendê-la e exemplos que a comprovam. Para facilitar a compreensão de minha tese dividi este estudo em duas partes: 1 – o lado racional; e 2 – o lado espiritual.
Baseio este estudo em minhas experiências e em depoimentos voluntários ou involuntários de pessoas. Além disso, apliquei testes (que eu mesmo criei) a algumas pessoas, onde pude ter acesso a informações que me ajudaram a sustentar minhas ideias… Assim, defendo a tese de que “o mundo será para nós conforme nós o vemos, de acordo  como o interpretamos e segundo aquilo que acreditamos”.
Feitas as devidas correções e ajustes, publico aqui em Meu Blog esta primeira parte!

Trabalhando os termos da tese:

“O mundo será para nós conforme nós o vemosde acordo  como o interpretarmos e segundo aquilo que acreditamos.

Visão, interpretação e crenças são os três fatores que norteiam nossa visão de mundo; enquanto ver, interpretar e acreditar são as diferentes ações decorrentes desses fatores.

Conforme nós o vemos: Veja a definição da palavra conforme tirada do Dicionário Brasileiro Globo, 53ª edição:

CONFORME, adj. 2 gên. Que tem a mesma forma; semelhante; idêntico; concorde; resignado; que está nos devidos termos; adj. em conformidade; talvez; conj. como; prep. Segundo.

Assim dizer que o mudo será de acordo como nós o vemos, é em parte o mesmo que dizer o mundo é o que vemos; isso implica na primeira e mais simples análises que todos nós fazemos do mundo. O mundo que aqui me refiro, não é apenas no sentido cósmico, mas também no sentido universal, desde as formas físicas que vemos ao nosso redor, os acontecimentos, as ideias e a própria vida.
Logo, esse mundo conforme nós o vemos é esse mundo que todos vêem, onde o verde é verde, o redondo é redondo, a letra de uma musica é a letra de uma musica, os acontecimentos são meras coincidências, e a vida nada mais é do que o simples ato de respirar e sobreviver. Tirados os outros dois fatores, estes ligados a razão e a crença, o mundo seria um mundo sem contrastes, um mundo guiado pelo instinto.
Como surgem então os contrastes em nosso mundo? Surgem a partir da nossa capacidade de reflexão. O ser racional é um ser que tem capacidade de interpretar aquilo que vê, ouve e sente através da reflexão. Assim, chegamos ao segundo fator que norteia nossa visão de mundo.

De acordo como o interpretamos: esse segundo fator nos leva a uma análise mais profunda sobre a visão de mundo. “De acordo” condiciona nossa interpretação a algo e este algo nada mais é do que nossas próprias reflexões. Assim, nos tornamos capazes de interpretar algo que vemos, ouvimos e/ou sentimos conseguinte a nossa capacidade de refletir, de pensar, de buscar em nossa razão uma lógica para aquilo que presenciamos. É a partir desse momento que o mundo passa a ter seus contrastes.
Sendo assim, o verde não é mais simplesmente verde, ele passa a ser verde-claro, verde-escuro, verde limão; da mesma forma, o redondo não é apenas redondo, ele pode continuar redondo, mas também oval ou ainda pode ser um círculo ou uma esfera. Que diremos então dos acontecimentos? Estes não são mais mera coincidência, tais acontecimentos passam a ter um sentido sustentado por explicações, cientificas, filosóficas ou religiosas. Já a vida, é mais do que respirar e sobreviver, a vida é viver e para isso ela deve ser no mínimo agradável e os que a vivem devem no mínimo ser gratos!
São as nossas interpretações que sustentam as nossas opiniões e são a partir delas que surgem os conceitos do certo e do errado, do bonito e do feito, do real e do imaginário; onde o que é certo para um pode não ser para outro, o que enxerga algo como bonito para outro é feio, e enfim, o ponto crucial desse estudo: aquilo que é real para mim pode ser mito ou mera imaginação para você!
E qual é a verdade? Não existe uma verdade absoluta… Existem sim “convencidos”, isto é, pessoas que se converteram a uma verdade da qual foram convencidos. Por fim chegamos ao terceiro fator que norteia nossa visão de mundo.

Segundo aquilo que acreditamos: Sei que negar a existência de uma verdade absoluta, pode nos levar ao agnosticismo; ou ainda, deixar livre o conceito do real e do imaginário pode nos colocar a um passo do ateísmo… Todavia quero lembrá-los de que não estou aqui defendendo minha fé, mas sim a tese de que “o mundo será para nós conforme nós o vemos, de acordo  como o interpretamos e segundo aquilo que acreditamos”.
Assim, o resultado final de nossa visão de mundo (lembrando que “mundo” aqui vai muito além do conceito cósmico), ou seja, o mundo que enxergamos (seja o físico, as ideias, os acontecimentos, a vida, etc.) está diretamente relacionado com nossas crenças e valores. Já que estamos no terceiro e ultimo fator, vou citar alguns exemplos para compreendermos melhor este estudo.

A Bíblia para mim: em uma simples visão, é um livro geralmente com capa preta. Se eu buscar uma reflexão mais profunda vou interpretá-la como um Livro de muito valor; terei então a opinião de que ela é um Livro Sagrado, escrito por homens inspirados por Deus… Chego a esta conclusão baseado em minhas crenças, isto é, na fé que tenho em um Deus que para mim é real.
A Bíblia para um cientista: em uma simples visão, também pode ser um livro com uma capa preta. Se esse cientista buscar uma reflexão mais profunda ele irá interpretá-la no mínimo como um livro com conteúdo histórico; terá então a opinião de que ela é um livro comum escrito por homens… Por incrível que pareça, ele chegou a esta conclusão também baseado em suas crenças, ou seja, na fé em uma ciência que apresenta cálculos matemáticos que para ele é real.
Como ultimo exemplo, vou utilizar um dos testes que apliquei a algumas pessoas. Era bem simples: eu dava a elas a letra de uma música e pedia para que elas julgassem minhas intenções ao enviar para elas tal musica.
E você? O que pensaria se eu te enviasse essa ‘musica’?

"Ficar sem, você
É como tentar viver sem respirar teu perfume no ar
Mesmo sem saber
Sempre te procurei e você tão perto de mim
Há tanto tempo...

Enxergava só o meu mundo sem notar
Quanta angústia havia ali!
Então você chegou, você me aceitou
Acabou com os meus pesadelos
Você se revelou, o céu me aceitou
Teu amor me envolveu!

É impossível viver sem você
É impossível viver sem o teu amor
É impossível viver sem você
Não dá pra viver  sem o teu amor
Sem o teu amor não da pra viver"

Ao ver a letra desta música você pode ter enxergado um simples amontoado de palavras sem significado algum ou você pode ter notado que esta letra tem alguma lógica em suas palavras. Se você fez uma reflexão a respeito dela, você pode ter a interpretada como uma música de amor conjugal (entre homem e mulher) ou como uma música de amor a Deus (do ser humano para Deus).
Enfim, a interpretação é particular de cada um, por isso não posso afirma qual seja a certa e qual seja a errada, pois além da interpretação ser algo particular, fazemo-la segundo nossas crenças e valores. Logo, o que é impossível para você: ficar sem a pessoa amada ou ficar sem Deus?

Resumindo, enxergamos o mundo segundo as nossas crenças, que nos leva a refletir, interpretar, criar uma opinião e por fim uma “visão”. Assim, quando digo não haver uma verdade absoluta, consequentemente o conceito de real e imaginário tornam-se livre. Isso não é apologia ao agnosticismo, na verdade isso nada mais é do que fé, fé esta depositada por alguns em Deus, por outros na ciência.
Portanto, Deus para mim é real e a ciência (em parte) é fantasia. Já para um cientista Deus é fantasia e a ciência é real… Isso porque um dia disseram a ele que 2 + 2 é igual a 4 e ele acreditou; que 5 x 5 é igual a 25 e ele foi convencido; ensinaram a ele que o mundo surgiu a partir de uma grande explosão, dando assim início a evolução das espécie e ele se converteu a teoria do evolucionismo, sendo esta hoje a sua religião!

Conclusão:

A partir desse estudo, chego à conclusão de que o ser humano é movido por suas crenças sejam elas científicas ou religiosas. Assim, a partir do momento que compreendi que “o mundo será para nós conforme nós o vemos, de acordo  como o interpretamos e segundo aquilo que acreditamos” – passei a entender porque aquilo que para mim é tão nítido e real, para outros é complexo e fantasioso; da mesma forma passei a entender porque aquilo que para mim é loucura, mas para outros é pura realidade…
… Desta forma, passei a respeitar opiniões alheias e não luto mais para impor minhas verdades. Na verdade, hoje, busco argumentos para sustentar aquilo que acredito, conhecimentos para desenvolver senso crítico e sabedoria para expor minhas opiniões de modo que elas sejam ouvidas.
Impor? Convencer? A mim na cabe está função… Se há uma única VERDADE (e eu acredito que há) deixe que o Criador dela convença aqueles que A escutam; a mim cabe apenas proclamá-LA sempre com sabedoria para que ao menos ELA seja ouvida!

Para encerrar, deixo aqui, duas reflexões Bíblicas:

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
(João 8.32)

Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.
(Zacarias 4.6)

André Buscaratti Silva

Postagem nº 21 - São José do Rio Preto, 1º de julho de 2011-SAB

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