SER é mais importante que ESTAR
Como nasci em um lar cristão, desde pequeno fui criado dentro da igreja.
Mesmo tendo vivido um período da minha vida afastado da presença de Deus,
jamais me afastei da igreja; então, são mais de 21 anos de experiências e estas
me ensinaram muitas coisas. Já passei por várias igrejas em diferentes cidades
e em cada uma dessas igrejas havia os pontos positivos e negativos.
Por me afastar de Deus mesmo estando dentro da igreja, acabei
tornando-me (ao menos
para mim) a maior prova de que estar na
igreja não significa nada! A lição que tiro disso é que o mais importante não é simplesmente estar na igreja, mas sim ser
a igreja! E é a respeito disso que
quero falar aqui nesse artigo.
Uma das coisas que aprendi fora da igreja e que dificilmente eu
aprenderia dentro dela é ter mente aberta para
desenvolver senso
crítico. Hoje tenho plena consciência
de que a salvação é individual e que, portanto não dependo da igreja muito
menos de um pastor ou padre para ser salvo. Busco minhas próprias experiências
e baseio os meus caminhos na verdade exposta a todos os homens nas Escrituras e
não nas palavras de mestres, doutores ou fariseus.
Hoje posso dizer que sou um cristão com senso crítico, seguidor de Jesus e combatente do exército de
Cristo em prol do Rei de Deus. Porém,
quando eu olho para dentro da igreja (não a de Cristo, mas aquela
formada por quatro paredes) ainda vejo em pleno século XXI religiosos alienados, seguidores de homens e defensores de denominações em prol do enchimento de suas igrejas.
Para identificar o religioso do cristão é muito simples: o religioso é
aquele que cobra das pessoas a presença delas em todos os cultos, faltar no
culto é pecado; fala mais de sua igreja do que de Cristo, faz questão de se
mostrar espiritual (Mt 23.5-7), encontra pecado em todo mundo menos nele (Lc 6.41-42; Lc 18.11-12) e é mestre em usar
trechos isolados da Bíblia para sustentar suas ideias (Mc 10.2-9) dando vazão aos seus pensamentos
repletos de maldade e julgamentos… Já o cristão é aquele que se preocupa com as
pessoas que se fazem ausentes, entende que um culto se faz onde dois ou mais se
reúne em nome de Cristo (Mt 18.20); fala mais de Jesus do que de religião, reconhece a necessidade da
graça de Deus (Gl 2.20), reconhece os seu pecados e faz da Palavra um alimento para sustentar a
sua fé (Sl 1.2).
Para o religioso o cristianismo se resume em uma religião, para o
cristão o cristianismo se resume no serviço. Na eterna busca do Divino, o
religioso acredita que a maior experiência que ele pode ter de Deus é o ‘fogo’,
o falar em línguas, o profetizar; já o cristão entende que a maior experiência
de Deus é a experiência de amar, pois Deus é amor (1 Jo 4.8).
Por isso, ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
anjos, ainda que eu tivesse o dom de profecia, ainda que eu fosse instrumento
de Deus para manifestação do seu poder, ainda que eu desse todos os meus bens
para sustento dos pobres, ainda que eu desse o meu corpo para ser queimado, e
não tivesse amor; nada seria, nada disso me aproveitaria e a minha existência
seria semelhante ao som de uma lata vazia (1 Co 13).
Resumindo… O religioso é aquele que está na igreja; já o cristão é
aquele que tem a consciência
de que é a igreja. Quando
entendemos que somos a igreja entendemos que também fazemos parte de um corpo:
o Corpo de Cristo. Sendo partes integrantes de um
corpo, ninguém é melhor do que ninguém e o encontro em um lugar definido é
muito mais do que um culto a Deus é, sobretudo um momento em que nos
encontramos para vivermos a experiência comunitária (At 2.42-47) e essa experiência só é possível ser
vivida através do amor! (1 Jo 3.17-18; 4.20-21).
André
Buscaratti Silva
Postagem
nº 25 - São José do Rio Preto, 24 de agosto de 2011-QUA
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