O PECADO
“Está escrito que Deus, ao completar a obra da criação, declarou que tudo era ‘muito bom’. Observando, mesmo ligeiramente, chegamos à convicção de que muitas coisas que agora existem não são boas – o mal, a impiedade, a opressão, a luta, a guerra, o sofrimento, e a morte. E naturalmente surge a pergunta: Como entro o mal no mundo? – uma pergunta que tem deixado perplexos muitos pensadores. A Bíblia oferece a resposta de Deus; ainda mais, nos informa o que o pecado realmente é; melhor ainda, nos apresenta o remédio para o pecado.”
TEXTO ÁUREO
“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.” (Isaías 59.2).
VERDADE PRÁTICA
A única coisa que separa o homem de Deus é o pecado, e este em sua essência constituísse em um único ato: a autossuficiência humana em relação a Deus.
LEITURA BÍBLICA
GÊNESIS 3.1-7
1 Ora, a serpente era a mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3 mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comerei dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4 Então, a serpente disse à mulher: certamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. 6 E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento. Tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
INTRODUÇÃO
A origem do pecado humano se deu no Éden mediante a tentação e queda do homem (Gn 3.6-7), desta forma o pecado adentrou ao mundo trazendo condenação e morte a todos os homens: “Pois assim como por uma só ofensa veio juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” (Rm 5.18). Porém, o primeiro pecado ocorreu na rebelião de Satanás contra Deus: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.” (Ez 28.15). Em ambos os casos, veremos que o pecado constituiu-se em um único ato, desencadeando assim sucessivas práticas pecaminosas.
I. O FATO DO PECADO
O primeiro passo para entendermos o que é pecado é reconhecer que ele existe. O pecado e a crença em Deus caminham lado a lado: quem não crê em Deus, não crê também na existência do pecado; da mesma forma quem nega a existência do pecado, nega também a necessidade de Deus. O pecado existe, em sua essência constitui-se em um único ato e por isso, a ideia de negar, desculpar ou diminuir a natureza do pecado caracteriza um grande equívoco. Porém algumas teorias sustentam tais ideias.
1. O ateísmo, ao negar Deus, nega também o pecado, porque, estritamente falando, todo pecado é contra Deus; e se não a Deus, não há pecado.
2. O determinismo é a teoria que afirma ser o livre arbítrio uma ilusão e não uma realidade. Nós imaginamos que somos livres para fazer nossa escolha, porém realmente nossas opções são ditadas por impulsos internos e circunstâncias indiferentes do nosso domínio.
3. O hedonismo (da palavra grega que significa “prazer”) é a teoria que sustenta que o melhor ou o mais proveitoso que existe na vida é a aquisição do prazer e a fuga à dor; de modo que a primeira pergunta que se faz não é: “isto é correto”?, mas sim: “trará prazer?”.
4. A Ciência Cristã – esta seita (que já estudamos) nega a realidade do pecado. Declara que o pecado não é algo positivo, mas simplesmente a ausência do bem.
5. A evolução considera o pecado como a herança do animalismo primitivo do homem. Desse modo, em lugar de exortar à gente a deixar o “homem velho”, os proponentes dessa teoria deveriam admoestá-los a que deixassem o “velho macaco”.
II. A NATUREZA DO PECADO
O que é pecado? A Bíblia usa uma variedade de termos para expressar o mal de ordem moral, os quais nos explicam algo de sua natureza. Um estudo desses termos, nos originais hebraico e grego, fornecerá a definição bíblica do pecado. Além disso, em uma breve análise veremos que a palavra “pecado” aparece sempre no singular “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo seu filho, nos purificas de todo pecado.” (1 Jo 1.7); quando aparece no plural é porque está tratando no coletivo.
1. O ensino do Antigo Testamento. A palavra mais comumente usada para o pecado significa “errar o alvo”. Em Gênesis 4.7 onde a palavra é mencionada pela primeira vez, o pecado é personificado como uma fera à espreita e pronta para atacar. Outra palavra significa literalmente “tortuosidade” e é muitas vezes traduzida por “perversidade”.
2. Os ensinos do Novo Testamento. O Novo Testamento descreve o pecado como: “errando o alvo”, que expressa a mesma ideia que a conhecida palavra do Velho Testamento, “divida” (Mt 6.12), “iniquidade” (1 Jo 3.4), “desobediência” (Hb 2.2), “transgressão” (Rm 4.15), “queda” (Ap 2.5) “ofensa” (Ef 1.7), “derrota” (“sua queda” Rm 11.12), “impiedade” (Rm 1.18; 2 Tm 2.16), “erro” (“culpa” Hb 9.7).
III. A ORIGEM DO PECADO
Para entender como o homem conheceu o pecado, é preciso entender quando o mal passou a existir no mundo espiritual. Se todo pecado é contra Deus, então o primeiro ser a pecar foi Lúcifer, em seguida o homem entrando assim o pecado e a morte no mundo.
1. Lucifer - Em Ezequiel 28.13-16 vemos que o Diabo era um anjo formoso, poderoso e perfeito em seus caminhos, até que nele se achou iniquidade: “Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram preparados. Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.”. Em Isaías 14.13-15 vemos o plano de Satanás: “Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.” e em Lucas 10.18 vemos nas palavras de Jesus como esse plano acabou: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu.”.
2. O homem – O capítulo 3 de Gênesis revela como o pecado entrou no mundo e mostra os pontos chaves que caracterizam a história espiritual do homem: a tentação (vs. 1-7), a culpa (vs. 8-13), o juízo (vs. 14-19) e a redenção (vs. 14-15).
IV. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
1. Fraqueza espiritual
a) Desfiguração da imagem de Deus – o homem não perdeu completamente a imagem divina, porque ainda em sua posição decaída é considerado como uma criatura à imagem de Deus (Gn 9.6; Tg 3.9). b) Pecado inerente, ou “pecado original”. O efeito da queda arraigou-se tão profundamente na natureza humana que Adão, como pai da raça, transmitiu a seus descendentes a tendência ou inclinação para pecar. c) Discórdia interna – no princípio Deus fez o corpo do homem do pó, dotando-o, desse modo, de uma natureza física ou inferior; logo soprou em seu nariz o fôlego da vida, comunicando-lhe assim uma natureza mais elevada, unificando-o a Deus. Era o propósito de Deus a harmonia do ser do homem, tendo o corpo subordinado à alma; mas o pecado interrompeu a relação de tal maneira que o homem se encontrou dividido em si mesmo, em uma guerra constante entre a natureza inferior e a superior.
2. Castigo positivo
Morte física – O homem foi criado capaz de viver eternamente; isto é, não morreria se obedecesse a lei de Deus. Porém o homem pecou, caiu em tentação e rebelou-se contra Deus, sofrendo assim como consequência a certeza da morte. “No dia em que dela comeres certamente morrerás” (Gn 6.23); “O salário do pecado é a morte.” (Rm 6.23).
CONCLUSÃO
Classificar pecados não é uma atitude coerente. Se entendermos que o pecado consiste na autossuficiência humana em relação a Deus, então passaremos a entender que para Deus não existe ‘pecadinho’ e ‘pecadão’, MAS SIM PECADO. O pecado não passa a existir em um ato consumado (adultério, prostituição, mentira, fornicação, morte, etc), mas sim em um ato pensado (Mt 5.27) que revela a autossuficiência humana na busca de sua própria vontade desencadeando varias práticas (ou atos consumados) pecaminosas (Tg 1.13-15).
Então, quem classifica o pecado são os próprios homens, mais precisamente os religiosos, os ‘santos’, os ‘crentãos’. Não julgue a gravidade de uma prática pecaminosa pelas suas consequências; entenda que cada prática tem a sua consequência, porém toda prática pecaminosa é grave aos olhos de Deus, tanto o adultério como aquela pequena mentirinha.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. Tradução N. Lawrence Olson. 4. ed. Rio de Janeiro: Emprevan, 1973.
André
Buscaratti Silva
Postagem
nº 24 - São José do Rio Preto 5 de agosto de 2011-SEX
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