Já ouvi muitas discussões que giravam em torna da pergunta “quem é o meu próximo?”; por consequência, já
ouvi também muitas definições a respeito de quem seja o nosso próximo. A
preocupação de definir “quem é o meu próximo” surge em
nossos dias a partir do mandamento dado por Cristo de “amarmos o nosso próximo como a nós
mesmos” (Mt 22.39). Logo, todos nós queremos saber “quem é o nosso próximo” para sabermos “quem devemos amar”.
É interessante notar que essa dúvida não é algo presente apenas nos dias
de hoje. Conforme vemos em Lucas 10.29 essa dúvida permeavam a mente das
pessoas desde os tempos de Cristo. Na verdade, se pararmos para pensar que tal
mandamento existe desde a Lei Mosaica (Lv 19.18), então essa dúvida talvez existisse desde os tempos de Moisés.
Mas enfim, quem é o meu próximo? Esse texto de Lucas nos ajuda a
chegarmos a algumas conclusões a respeito de “quem é o nosso próximo”. Embora saibamos que o objetivo principal
desse doutor da lei fosse o de provar Cristo, a dúvida que ele tinha é a dúvida
que muitos têm hoje, e da mesma forma, a resposta que Cristo dá se encaixa
perfeitamente a nossa realidade atual.
Já tive contado com a crença de que todas
as pessoas indistintamente são o nosso próximo; cresci recebendo esse
ensinamento. Hoje percebo que não é bem assim. Com base nas Sagradas
Escrituras, farei 3 afirmações que irão por fim estabelecer algumas verdades a respeito do nosso próximo.
A 1ª afirmação que quero fazer é que nem todo mundo
é o nosso próximo. Percebemos isso claramente nesta
parábola do bom samaritano. Após contar a parábola, Jesus responde a pergunta
do doutor da lei com outra pergunta: “Qual, pois, destes três te parece que foi o
próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” (Lc 10.36)... Aqui Cristo deixa claro que nem
todo mundo é o nosso próximo. Vemos que o sacerdote e o levita apenas passaram
PERTO do homem caído, mas NÃO se fizeram próximos.
Uma possível definição de quem é o nosso próximo está na própria palavra “próximo”.
Essa palavra já revela uma verdade sob a qual quero estabelecer a minha 2ª
afirmação: o nosso
próximo é aquele que estando perto, nos fazemos próximos, a começar por nossa família (1 Tm 5.10). É como se fosse um dégradé, ou seja, nossa família, nossos
irmãos (1 Jo 4.21), nossos colegas de trabalho/escola,
nossos vizinhos, as pessoas caídas em nosso caminho, resumindo: todos aqueles
que estando pertos, nos fazemos próximos.
Mas é interessante notar que o doutor da lei desejava saber quem era o seu
próximo e Jesus revela quem foi o próximo daquele caído na beira do caminho.
Com isso Cristo estabelece uma relação de
proximidade mútua, ou seja, não existe um bem feitor (o que está em pé) e um próximo (o
caído), existe sim uma relação em que ambos são próximos: o bom samaritano
é o próximo do homem caído e o homem caído é o próximo do bom samaritano...
Assim chego a minha 3ª e ultima afirmação: devemos nos
fazer próximos daqueles que estão pertos... Esse é o convite de
Cristo.
Embora nem todo mundo seja o nosso próximo, Cristo nos ensina a sermos o
próximo de todos aqueles que estão pertos. Muitas vezes nos preocupamos em
sermos o próximo de todo o mundo, mas acabamos não sendo o próximo de ninguém.
Vivemos a hipocrisia (1 Jo 4.20) de dizer que amamos todo mundo, mas na verdade não conseguimos amar nem
mesmo aqueles que estão pertos.
Cristo nos ensina que não basta estar perto, precisamos nos fazer
próximos; mais do que isto, Cristo nos convida a fazer de todos aqueles que
estão pertos, o nosso próximo, portanto:
“Vai, e faze da mesma maneira.” (Lc 10.37).
Que Deus nos ajude e nos abençoe.
André Buscaratti Silva
Postagem
nº 71 –
Guarulhos, 29 de setembro de 2012-SAB
Um comentário:
A graça,com certeza o abilitaria a ter um lugar no ceu....(hitler)
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